12 de fevereiro de 2014

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O PREÇO DE PECADO

História 5 

ESCURECIA. A fresca brisa da tarde sussurrava entre as folhas das árvores. A noite logo cairia e as estrelas novamente brilhariam.
    Não havia, porém, felicidade no Éden, naquele lindo entardecer. Cabisbaixos e com coração dolorido, Adão e Eva vagavam tristemente pelas clareiras do bosque onde pouco antes haviam desfrutado de um gozo perfeito.
   Ouviram de pronto uma voz familiar. Era a voz de Deus, "que  andava no jardim pela viração do dia".  Até então sempre se haviam regozijado por ouvir essa maravilhosa voz, e haviam  corrido a seu encontro como um amigo muito querido. Mas agora fugiram dela, e "esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim".
   Isso que procuraram fazer foi uma tolice pois lhes era impossível esconder-se de Deus, assim como é para você e para mim hoje.
   "E chamou o Senhor Deus ao homem, e lhe perguntou: Onde estás?"
    Que ternura em sua voz ao dirigir-lhes essa pergunta! Parecia estar-lhes dizendo: -  Por que se escondem de quem os amam tanto? Por que não saem a Meu encontro como antes ?
     Não podendo guardar silêncio por mais tempo, Adão saiu lentamente  de seu esconderijo e  disse: -  "Ouvi a tua voz no jardim... tive medo e me escondi ".
   
   Medo! Era estranho dizer assim! Nunca dantes sentira medo. Jamais conhecera o que era temor. Agora, esse ser perfeito e nobre, a obra-prima do Criador, sentia medo . Oh! o mais triste de tudo era que sentia medo de seu próprio Criador!
   Mas assim é como opera o pecado. Faz com que a pessoa receie seus melhores amigos. Converte os valorosos em covardes e abate de vergonha as frontes mais nobres. 
    Deus sabia, naturalmente, o que acontecera, por que para ele nada há em oculto. Perguntou, contudo, a Adão: - "Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses?"
     Sim, Adão comera da árvore, e também o fizera Eva. Ambos eram culpados de grave desobediência.  Desanimados, permaneceram na presença de Deus, perguntando-se a si mesmos que diria ele agora, e qual seria o castigo que teriam de arrostar. 
    Deus advertira o homem: "No dia em que dela comeres, certamente morrerás". Haviam eles, amiúde, perguntando o que queria dizer o Criador com essas estranhas palavras. Não tendo visto nunca a morte, não podiam imaginar como era . Teriam que morrer agora? Seria esse seu último dia sobre a Terra? Que tristeza! Estiveram nela tão pouco tempo!
   Foi então que Deus lhes explicou o que estava acontecendo com eles por causa de seu pecado; como,  desde o momento de sua desobediência, haviam começado a morrer. E eles não puderam senão admitir que isso era verdade.
    Já não lhes seria possível viver para sempre, como ele planejara. A vida eterna não era para eles; pelo menos por enquanto. Iriam morrendo lentamente até voltar ao pó do qual foram formados. A chegada desse momento requeria muito tempo; de fato, vários séculos, mas finalmente essa seria a sorte deles.
     Enquanto isso, deveriam abandonar seu lindo lar. Dali em diante , em lugar da vida prazenteira e  fácil que haviam levado, teriam de trabalhar duro e durante muitas horas, para ganhar a vida. Experimentariam a dor e a tristeza. Dariam conta da enormidade do pecado ao ser testemunhas de como toda a Natureza tinha de sofrer, como resultado de seu erro.

   Olhando a Adão com profunda compaixão, Deus lhe disse: -  "Visto que atendeste a voz de tua mulher, e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses: maldita é a terra por tua causa: em fadigas obterás dela o sustento durante os dias da tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu  comerás a  erva do campo. no suor do rosto comerás o teu pão, até que torne á terra,pois dela foste formado: porque tu és  pó e ao pó tornarás".
    Foi Deus demasiado severo para com eles? Não. Ele conhecia a natureza mortífera do pecado; sabia como arruína e corrompe tudo o que toca. Vira destruir a harmonia do Céu, e agora estava começando de novo na Terra, ameaçando arruinar esse glorioso paraíso que determinara criar.
     Devia fazer algo . Adão e Eva tinham que compreender o que o pecado significava, o que fazia e quanto custava.  
      Tudo isso foi muito triste e não sei qual dos três se sentiu pior quando Adão e Eva se separaram de Deus e começaram a abandonar seu lindo lar edênico.
      A escuridão começava a cerca-los e, da borda do bosque , muitos animais amigos observavam, abrindo grandes olhos , como se estivessem perguntando: Que acontece? Aonde vão? Até as aves silenciaram seus cantos vespertinos ao escutar espavoridas os soluços desesperadores de  seu senhor e dono, ao afastar-se em meio ás sombras da noite com sua bela companheira.
     Para Adão e Eva , o mais difícil de suportar era o pensamento de que não poderiam voltar. Na manhã seguinte, o Éden seria apenas uma lembrança para eles. Nunca mais poderiam voltar a ele.  Voltando-se para dar um último olhar ao que amaram e perderam, viram uma estranha luz que brilhava na escuridão, ao logo do caminho que acabavam de percorrer, que se assemelhava a uma espada incandescente  se movia em todas as direções para "guardar o caminho da árvore da vida".   O caminho estava fechado; a porta, lacrada. Tão grande o preço de um só pecado!.
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